Abrindo a caxinha de pandora....

Minha visão do mundo é muito ampla e eu sou muuuito desorganizada rs.
Então em um só blog, vou abordar tudo o que penso... pois nada é lixo, tudo pode ser no mínimo reciclável e discutível.
Fiquem a vontade :*

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Estação São Paulo


Um dos lugares que mais amo não é ao ar livre, não tem lojas, muito menos restaurantes.
Trens e Metrôs conseguem, mesmo assim, serem magníficos e adoráveis. Pelas pessoas e suas possíveis histórias.
No metrô, cruzamos a cidade em menos de 1 hora, então o que encontramos dentro do vagão é algo que você deveria prestar atenção.
Ontem eu cansada, indo direto para casa depois de um ótimo cinema, entrei no metrô e encontrei o tipo que você deve ter visto: alguém que fala em tom alto chamando a atenção de todos.Bom, alguns estavam rindo do pobre senhor outros estavam realmente bravos, percebi quando o homem perguntou realmente não sabendo da situação “ Então me diga , por que todos me olham assim?” e o rapaz ao meu lado exclamou baixinho “ claro, você é doido, como quer que ninguém olhe???”
Ele não estava errado, o homem não parecia estar bêbado, e sim doido. Mas aquilo me deixou realmente brava. Será que ele não via quanta história que ele tinha para contar? Como chegou até ali? Era aniversário desse senhor anônimo, não sei se era verdade, mas era o que ele exclamava, muito feliz. Aliás, sua simplicidade mais sua alegria de dizer que era seu aniversário me fazia prestar atenção em cada detalhe do que ele dizia, é uma pena que estivesse meio distante de mim e eu só ouvisse algumas partes, muitas vezes interrompidas pelo zum zum zum de outras pessoas. “ quebraria ele no meio! Mas esse corpo já não tem mais força que o tempo levou” . Meu Deus! Era quase poético e teatral ele dizer isso. Bem, a breve história foi interrompida quando ele revelou que queria descer no Anhagabaú, estação que a muito tempo se passou. Ele começou a perguntar para várias pessoas, não acreditava que tinha esquecido de descer, estava desnorteado ( talvez fosse uma característica própria) . Antes de descer agradeceu mandando muitos beijos para quem ficava, ignorado pelas pessoas que para mim, são meras coadjuvantes. Temos uma história, uma história sem nome.

Então fui para o trem e é um lugar que abriga o povão, tenho que admitir. Muita música no alto falante, muitos mercadores de bala ou discursos de esmola. Nesse meio que alguns chamariam de caótico houve uma imagem que quebrou todo esse clima, chamando a minha atenção por completo: Um menino, tinha por volta de uns 6 anos, dormia encostado na janela. Ele era lindo demais ! Todo delicado e com aquela expressão de inocência e paz que só uma criança dormindo pode proporcionar. Não sei nada sobre ele, não tenho detalhes além da fotografia que minha mente captou. De repente, a estação chega, a mãe exclama “Alan! Acorda!! Vou te deixar aí!”. Ele sonolento foi abrindo o olho devagar. Seu corpo ainda mole acompanhava os movimentos apressados da mãe. Não sei por quê... mas me chamou atenção .Tenho um nome, um nome sem história.
Há aqueles que fazem a viagem em completo silêncio, não são chamados por seus nomes, ou mesmo nem se destacam na multidão... Então eu crio, desmonto a cena e a recrio, no único lugar em que conheço mil histórias por tão pouco tempo: nas chegadas e nas partidas.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Eu ainda não te contei que sou apenas uma menina?



Ela admira o amor

Gosta de poesias

e contos irreais

Finge que acha besteira

Só assim ninguém saberia

O quanto ela te queria

Ela fala sobre ódio

“Que bobagem se apaixonar”

se acostumou a não ser amada

Pois conta muito sobre caras

Daqueles que não iriam se lembrar

Seu nome quando ela

Já não estivesse lá.

Ainda sonha com poesias

Contos e mentiras

Seu ódio é inconformismo

da inatingível perfeição

Orgulho ferido

Mais um cigarro na mão.

Prometa então que não vai julga-la

Quando fecha os olhos é para te encontrar

E mordendo os lábios com raiva,

Sorri, então, pois ela já sabia

E ainda assim te queria

“Traga mais um copo da bebida”

“Seja o que Deus quiser

Pois já não tenho meu lugar

Deixei-me em seus braços

E me pus a vagar “

Disse tão sincera e fria

Mas ela já sabia

Ainda sim te queria

sábado, 15 de maio de 2010

Cenas 2


“Ele com as mãos na cabeça chorava muito e as palavras que sua boca tentava pronunciar, mal conseguiam se traduzir em meio aos gritos de desespero. Esse sentimento tomava conta do seu eu como se estivesse preste a enlouquecer. Ele queria contar para alguém, mas sabia que estava condenado, pois seus desejos eram inaceitáveis...Ele tinha sonhos e nesses sonhos ele podia tudo, ainda que fossem as coisas mais nojentas e desumanas. Não conseguia entender como ele, homem feito, não tinha a capacidade de controlar essas suas vontades. Dor e culpa, bem e mal, certo e errado.Na bagunça da sua mente se perguntava para Deus: por que? Por que sou pedófilo?”.

Eu também gostaria de saber porque algumas pessoas nascem com desejos tão cruéis e incontroláveis para não somente serem torturadas pelo julgamento que certamente lhes cabe, mas também pelo pior deles, o julgamento próprio de quem a pessoa não pode fugir.
Sempre que vejo um assassino na tevê, é claro que a repulsa me atinge, mas também tento alcançar a mente dessa pessoa. É assustador pensar que tentemos e que pode ser compreendido. O que é justo?Prender essa pessoa, condena-la a morte ou ela viver dopada com milhões de remédios?
É impossível tentar descrever todo esse raciocínio somente com palavras.
Só consigo te dizer que alguns estão condenados a nascerem sem dignidade, a perder sua história para patologias que estão acima da minha compreensão.

“... então ele pulou para que não fizesse mais nenhum mal... a si mesmo.”

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Refúgio







Quantas vezes te esperei, foi muito tempo, né?

Acho que foi a coisa que mais fiz: esperei, esperei e esperei.

Mas você não veio. O melhor é que guardei o essencial só para mim, fiquei me remoendo por dentro .

Bem, estou aprendendo uma coisa nova agora, pois descobri vícios e estou começando a me apegar a eles.

Sei que vai dar errado e mesmo assim caio de cabeça como se fosse ingênua o bastante para depois achar um culpado. As mesmas pessoas que prometeram fidelidade estão me virando as costas e eu estou aprendendo a sorrir, acima de tudo.

O mais falso sorriso eu construí e isso é o bastante.

Não estou me suportando tanto assim, e me tornei uma falsa imagem do que gostaria de ser com o que existe de mais desprezível. É uma auto avaliação cruel, para alguns irreal( obrigada), se bem que não sei me auto avaliar.

Mas não aguento minhas próprias teorias do que eu quero e o que não devo fazer. Ultimamente vem me trazendo o inferno para mim mesma. Já não bastava eu ter que lutar contra meus medos ainda tenho os inventados?

Ainda não sei ao certo quem errou mas você teve seu final feliz. E ainda estou vagando por essas ruas escuras. Vivo procurando preenchimento com pessoas que só me deixam mais e mais vazia. Não que elas não sejam ótimas, sei que estão lendo isso rsrs, mas é que eu não consigo mais me apaixonar.

Era muito jovem para saber o que eram consequências. Hoje eu só as ignoro.

Alguém me disse que tenho muitos caminho para seguir, talvez eles não sejam bons e estou começando achar que isso é verdade.

Aqui só são palavras que gostaria de desabafar e que sei que nunca alcançarão ao seu ouvido...

“Amei antes em monólogo, cansei”

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A menina e a rosa azul



De todas as rosas ela quis a mais difícil de encontrar. A rara, descoberta após ouvir lendas sobre. A que diziam que só poderia encontrar no topo do penhasco mais alto.

Não que tivesse em volta dela, pois bem, havia as mais belas e perfumadas flores... Mas ao ouvir a história de uma rosa azul, teve a certeza que só seria feliz se pudesse tê-la.

- Menina pretensiosa, vai se machucar ser for até lá ! – Avisou o vento.

- De que me adianta me contentar com o que tenho a minha volta se não é isso que me faz feliz ?


- Menina tola, se perderá nos seus sonhos, pois a realidade lhe trará muita dor... – Avisou o vento conselheiro.


De nada adiantou, deixou para trás a casa para seguir o caminho incerto de seus desejos. Andou durante dias pacientemente a longa estrada, e nela temeu estar errada de suas escolhas. Mas sempre que o medo a tentava dominar, fechava os olhos com força e só podia ver sua amada rosa.

Em seu caminho, encontrou as mais diferentes formas de flores, certamente eram deslumbrantes como diamantes. Tinham todos os perfumes, cores e formas, mas não eram tão apaixonantes quanto o que procurava.

Já era noite quando, exausta, atravessou o último obstáculo daquele imenso penhasco, e viu sua perfeita rosa azul, naquele momento seu coração bateu mais forte do que nunca. As borboletas seduzidas pelo seu doce perfume voavam em círculos como se não pudessem tocá-la. Era tão bonita quanto diziam que era.


Como se suas forças voltassem na mesma intensidade de seu sorriso que cortou a expressão carregada que trazia durante os últimos dias, correu em direção a rosa e se ajoelhou diante dela.
Estava pronta para colocá-la dentro da cesta que trazia consigo, mas algo não estava certo, uma dor muito forte a acertou no peito: Se arrancasse a rosa em dias morreria, e talvez murcharia antes que o sol nascesse.


Amava a rosa que não poderia ter...

Para a surpresa do vento que a observava e congelava sua pele delicada, ela voltou a sorrir, deitou-se do lado da rosa e não se atreveu desviar o olhar dela. As borboletas tinham razão, ela era intocável. Decidiu, então que adormeceria ao lado do ser mais belo que seus olhos já viram. E que jamais acordaria.

Educação e desigualdade

Estava no banho hoje, quando comecei a refletir sobre uma conversa que tive com meu professor de geografia.

Ele me contou sobre experiências profissionais em escolas de comunidades carentes e uma delas achei a proposta muito inteligente. Ele ensinava sociologia aos alunos, sobre o porquê deles passarem necessidade, como ocorre e possíveis soluções.

Realmente, essas pessoas não têm acesso a esse tipo de informação e a que elas recebem não conseguem digerir. Como é lindo os textos jornalísticos muito bem elaborados e cheio de palavras difíceis, mas a taxa de analfabetismo no Brasil é de ( pesquisar) . Uma dona de casa que cursou até o ensino fundamental não vai entender as matérias socioeconômicas que assiste no Jornal Nacional.

São à essas pessoas analfabetas e semi-analfabetas que interessam esses assuntos e quando não passamos a informação adequada, somo coniventes com essa exclusão. E todo mundo sabe que a educação é a solução de mais da metade dos problemas brasileiros. Bom, é mais fácil segurar a população quando ela não tem poder de debate, não é ? Errado porque a população sabe que algo está errado e isso se reflete da maneira errada, ou violência surge do nada?

Claro que em um banho, não consegui pensar em uma grande idéia cheia de detalhes... mas não posso negar que me animou criar um projeto com palestras, vídeos, pesquisas, talvez seja sonhar demais mas a idéias até que não é ruim e ação é o que mais falta nesse país.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Cenas



Eu tenho um fascínio pela corrupção humana. Ciúmes, traição, violência,promiscuidade e qualquer outro detalhe que faz o ser humano ser "fraco"... E nas grandes cidades que acontece a maior parte dessa corrupção. O palco são as ruas, principalmente as do centro onde muitos excluídos estão todo dia sonhando com um pouco de orgulho e paradoxalmente fazem tudo para serem chamados de escória da sociedade. Não acho que seja assim, quer dizer, são as formas mais humanas que podem existir... e você já deveria saber: a essência do ser humano é ruim.

Hoje na aula de literatura, tivemos que fazer um texto falando sobre trabalho escravo, o meu amigo poeta( que deus abençoe seu dom) escreveu algo que talvez seja exatamente como eu vejo.




ANJOS DA RUA


Já rompe a aurora
oh! doce aurora inocente
dos corpos pequenos
desmitificados

Na esquina do ventoperdem medos
vergonha,
sentimentos...

Pensam no destino, na sina
Que o próximo não ofenda
não agrida. Que pague bem
e alegre a cafetina


As saias, as blusas desbotadas
na solidão da vida, sonham
Em palácios, em príncipes
Em roupas engomadas

E sonham, o farol se fecha
o vidro se abre e se retrai
o amor se perdeu, o orgulho cai

Perdoe Deus agora e o que virá
rogo que aguentem sem chorar
pois o pobres anjos da rua
mal sabem rezar


( Caio Augusto)


Quem leu Fruits Basket vai se lembrar que o
Katsuya , professor do ginasial, se apaixonou pela delinquente Kyoko quando a viu chorar...Minha história preferida, a mais linda de todas, é exatamente assim que eu vejo.


Talvez não seja algo para se entender, mas é que as vezes esquecemos:

Somos todos apenas humanos, nada mais ....


(Natalie Portman -Cena do filme Closer: perto demais)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Retrógrado


A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?

Chalies Chaplin